12 fevereiro 2008

feito pelo meu pai e minha mãe

hoje por volta de umas sete e pouco da manhã, eu estava na parada de ônibus com o som no talo e com humor que eu tenho quando acordo muito cedo, ou seja, nenhum!! aí me aparece uma dessas senhoras que passam o dia inteiro vagabundando pelas ruas e distribuindo panfletinhos de igrejas, aqueles em formato de folder que vêm com um textinho e uma foto.
Então como de costume recusei pegar dizendo que não queria e agradeci. Essa senhora entregou os seus panfletinhos para o resto do pessoal da parada e voltou a mim.
- Por que? você não quer?
então eu disse:
- É que eu não quero ler nada , obrigado!
ela insistia:
- Por que você não quer pegar, você não acredita?
eu já meio puto em ter que estar dando satisfações a uma pessoa desconhecida, aloprei:
- Não senhora, eu não acredito!
- Mas voce não acredita em nada, nem em deus??
- Não senhora, nem em deus!!
- Se você não acredita em deus, quem te fez então?
- Meu pai.
Em fração de segundos passou pela minha cabeça dar uma resposta escrota a ela do tipo "o meu pai comeu minha mãe e eu vim daquela porra branca que saiu do saco dele", mas me contive e ela continuou.
- E quem fez o seu pai?
- O meu avô com a minha avó , oras.
Aí comecei a ver ela incitando o pessoal da parada contra mim, dizendo que eu estava falando isso porque tinha comida em casa e tinha saude, a essa altura eu tava pra sentar a bolacha nela. eu já havia me transformado no pior marginal do mundo.
então passou a van que eu pego, adivinhem quem entrou?
sim ela e sentou-se na minha frente aí distribuiu mais panfletinhos aos passageiros da van e me ofereceu novamente, e eu novamente e eu disse:
- Não senhora já disse que não quero.
Então ela desceu resmungando algo que não consegui decifrar por eu estar com fones.
caraio!! eu não fico dizendo a ninguem no que acreditar, por quê então sou perseguido?
Só quero o meu direito de ficar de mal humor e ouvir meus fones, nada mais, cada um na sua.
depois quando eu incendiar uma igreja serei intolerante, né? O meu direito ninguem vê.

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